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Capítulo 1 |
Sumário Na sociedade actual e do futuro onde as Tecnologias de Informação são as principais ferramentas de trabalho, as pessoas com deficiências podem participar com menor desvantagem uma vez que as capacidades e competências em jogo entram no campo da inteligência e do conhecimento. |
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O mercado de trabalho no mundo globalizado em que vivemos está cada dia mais competitivo, mais dependente da tecnologia e do conhecimento. Por esta razão se argumenta que vivemos na Sociedade da Informação e do Conhecimento. Poderão as pessoas com deficiência, numa sociedade desta natureza, ter vantagens ou mais oportunidades relativamente ao passado na competição por um posto de trabalho? A resposta é afirmativa, condicionada pelo inevitável “mas…”. As razões para afirmar que numa Sociedade da Informação e do Conhecimento há mais oportunidades para a integração laboral das pessoas com deficiência prendem-se com vários argumentos, dos quais destacamos os seguintes: a) hoje a capacidade essencial para exercer uma actividade profissional é predominantemente de natureza intelectual, minimizando a relevância da capacidade física ou sensorial; b) as barreiras de mentalidade e a falta de informação sobre as potencialidades e a elevada motivação das pessoas com deficiência para exercer uma função profissional vão-se esbatendo com a melhoria da educação e organização da sociedade. A capacidade de uma pessoa com deficiência para executar uma função profissional depende essencialmente da natureza das tarefas, da sua formação e dos meios de que dispõe para minimizar as limitações derivadas da deficiência e do Ambiente de Trabalho. Num Ambiente de Trabalho onde as Tecnologias de Informação são omnipresentes, existem mais oportunidades para pessoas com deficiência, porque estão dominadas as técnicas que contornam as limitações da deficiência e do ambiente tecnológico. A Internet, por exemplo pode ser entendida como um Ambiente de Trabalho onde algumas pessoas com deficiência podem encontrar completa autonomia e onde as incapacidades não existem. Hoje existem muitas actividades administrativas e criativas cuja exigência física se resume à manipulação de um computador e da informação. A informação não é um objecto uniforme. A informação tem uma característica que ultrapassa os estados físicos da matéria porque pode ser transformada de variadíssimas maneiras e para múltiplas formas com respostas adequadas para quem tem necessidades especiais. A informação pode ser considerada quase como algo imaterial com um potencial de transformação que aumentou exponencialmente com a utilização das Tecnologias de Informação. Não há nada num Posto de Trabalho que seja tão transformável como a informação. Assim, uma informação disponível, por exemplo, em papel poderá ser digitalizada determinando-se depois a apresentação mais adequada, seja sob a forma de caracteres ampliados, seja com uma fonte mais legível, seja convertida em braille ou em fala. O computador, principal suporte da informação num Posto de Trabalho, é outro instrumento que tem sido objecto da maior atenção no que diz respeito à possibilidade de ser manipulado por pessoas com deficiência. Tal atenção conduziu ao desenvolvimento de várias tecnologias de acesso (Ajudas Técnicas), algumas delas já incorporadas nos Sistemas Operativos dos computadores, e de orientações para a concepção de aplicações informáticas e conteúdos digitais coerentes com as respostas e necessidades das pessoas com deficiência. O correio electrónico e as mensagens escritas instantâneas vêm também garantir um serviço universal de comunicações dentro da organização e no contacto com o exterior. Com a generalização da sua utilização na organização esbatem-se problemas de comunicação, que no passado colocavam em desvantagem pessoas com deficiências. Actualmente, através do correio electrónico, ninguém se pode aperceber se na origem de uma mensagem está alguém com uma deficiência. Só que há um “mas”, um inevitável “mas”, nas
novas oportunidades das Tecnologias da Informação, que
consiste na reincidência dos mesmos erros e negligências
que se cometeram no passado, por exemplo, ao nível das barreiras
físicas e arquitectónicas. Tal como o problema da mobilidade
de um paraplégico não se resolve apenas com uma cadeira
de rodas, ignorando problemas como o acesso e a largura de uma porta,
também a Acessibilidade das Tecnologias da Informação
não se resume às Ajudas Técnicas que o mercado
produziu. É por isso necessário abordar a acessibilidade
das aplicações informáticas e dos conteúdos
digitais. Para tal há orientações de concepção,
mas nem sempre aplicadas. |
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