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Acessibilidade à Televisão Digital

Guia lança proposta para necessidades especiais

In "O Público" - suplemento "Computadores" - 8 de Janeiro de 2001
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Tornar a Televisão mais acessível para quem tem necessidades especiais, agora que a caixa que mudou o mundo está prestes a tornarse digital e interactiva, é o objectivo do GUIA - Grupo Português para Iniciativas em Acessibilidade.

Esta organização preparou um conjunto de quinze medidas que considera fundamentais para que a utilização do televisor se torne mais fácil aos idosos e pessoas com deficiência, e enviou esse documento, na passada sexta feira, ao Instituto das Comunicações de Portugal (ICP), à Alta Autoridade para a Comunicação Social e ao Instituto da Comunicação Social as três entidades que serão responsáveis pelo concurso para a televisão digital terrestre.

O concurso não está ainda marcado mas o regulamento deverá ser apresentado brevemente e o lançamento da televisão digital interactiva está previsto para o próximo ano.

As medidas propostas resultam do debate que teve lugar no "site" do Guia (www.acessibilidade.tv), de algumas sugestões que já tinham sido apresentadas por ocasião do concurso para o UMTS e que visavam também uma uma maior acessibilidade nas comunicações móveis de terceira geração e de algum regulamentação existente na legislação do Reino Unido, Austrália e Estados Unidos.

Francisco Godinho, engenheiro de reabilitação responsável pelo Grupo Português para Iniciativas em Acessibilidade, adianta que este debate ainda não envolveu os operadores de televisão, pois "o mais importante, neste momento, é o diálogo com as entidades reguladoras, a quem foi apresentada esta base de trabalho". Este é, adianta, "o momento mais apropriado para alertar para estas questões".

O Guia pretende, com estas propostas, que se estabeleça um compromisso em relação às pessoas com necessidades especiais. A legendagem dos programas, a tradução para linguagem gestual, a promoção e utilização desta linguagem na televisão e a adaptação de alguns equipamentos para que possam ser utilizados por pessoas com dificuldades são algumas das medidas propostas.

Francisco Godinho explica que a televisão digital terrestre vai permitir que factores como a legendagem de diversos programas ou a tradução para linguagem gestual se tornem opcionais. Passa a ser tecnicamente possível a selecção destas funções, o que fará com que apenas quem necessita as accione, não sendo necessário manterem-se permanentemente no ecrã, como sucede agora com a tradução em linguagem gestual.

"Para pessoas com necessidades especiais (acamados, idosos e pessoas com deficiência), confrontadas com limitações físicas, sensoriais, de mobilidade e participação social, o acesso aos benefícios da televisão, como instrumento de comunicação de massas e equipamento doméstico, representa, sem dúvida, um factor muito significativo de qualidade de vida", considera o responsável do Guia.

A legendagem, a tradução em linguagem gestual, a descrição de imagens e a conversão de texto em voz são algumas das medidas que o Guia considera fundamentais, e que encabeçam a lista de recomendações. Aliás, o documento que o grupo preparou salienta que os programas em português devem ser legendados, através de teletexto, com prioridade para o telejornal e outros debates políticos e sociais. A cobertura noticiosa dos principais acontecimentos nacionais e estrangeiros deverá também ser traduzida para linguagem gestual.

Nos quinze pontos do documento, há ainda lugar para a introdução de interfaces especiais, como é o caso de comandos remotos adaptados, teclados e ratos especiais, leitores de ecrã, sintetizadores de voz e terminais de "braille".

Os responsáveis do Guia consideram que esse equipamento adicional deverá ser subsidiado e que os operadores de televisão, as entidades reguladoras e os fornecedores de equipamentos devem também apoiar a investigação de tecnologias de acessibilidade televisiva.

O debate sobre acessibilidade na televisão digital terrestre foi lançado no dia 3 de Dezembro, o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência. No mesmo dia, mas há dois anos, o Guia lançou a sua primeira iniciativa, um debate sobre a acessibilidade na Internet. Organizou uma petição que contou com cerca de nove mil assinaturas e enviou a, via Internet, à Assembleia da República. Depois disso, voltou a preparar algumas recomendações, por ocasião do concurso para a terceira geração de comunicações móveis, e enviou as ao Instituto das Comunicações de Portugal. Os vencedores do concurso para o UMTS (Telecel, TMN, Optimus e ONI) acabaram por destinar 20 milhões de contos para as questões de acessibilidade. Hoje, é a vez da televisão digital, mais uma etapa de uma iniciativa que Francisco Godinho considera bastante feliz.

ISABEL GORJÃO SANTOS

NOTA: o texto da notícia foi obtido por processo automático de reconhecimento de caracteres, pelo que poderão existir algumas imprecisões e erros.

Última atualização: 06/04/2020